Ela estende seu vigor de uma extremidade do mundo à outra e governa todas as coisas com felicidade.
Eu a amei e procurei desde minha juventude, esforçei-me por tê-la por esposa e me enamorei de seus encantos.
Ela mostra a nobreza de sua origem em conviver com Deus, ela é amada pelo Senhor de todas as coisas.
Se a inteligência do homem consegue operar, o que, então, mais que a Sabedoria, é artífice dos seres?
E se alguém ama a justiça, seus trabalhos são virtudes; ela ensina a temperança e a prudência, a justiça e a força: não há ninguém que seja mais útil aos homens na vida.
Se alguém deseja uma vasta ciência, ela sabe o passado e conjectura o futuro; conhece as sutilezas oratórias e revolve os enigmas; prevê os sinais e os prodígios, e o que tem que acontecer no decurso das idades e dos tempos.
Portanto, resolvi tomá-la por companheira de minha vida, cuidando que ela será para mim uma boa conselheira, e minha consolação nos cuidados e na tristeza.
Graças a ela, receberei as honras das multidões, e, embora jovem como sou, o respeito dos anciãos.
Se me calo, esperarão que eu fale; se falo, estarão atentos; e se prolongo meu discurso, levarão a mão à boca.
Príncipes temíveis estarão cheios de medo ao ouvirem falar de mim; mostrar-me-ei bom para com o povo e valoroso no combate.
Recolhido em minha casa, repousarei junto dela, porque a sua convivência não tem nada de desagradável, e sua intimidade nada de fastidioso; ela traz consigo, pelo contrário, o contentamento e a alegria!
Meditando comigo mesmo nesses pensamentos, e considerando em meu coração que a imortalidade se encontra na aliança com a Sabedoria,
a alegria perfeita na sua amizade, contínua riqueza na sua atividade, inteligência nas lições de seus entretenimentos familiares, e glória na comunicação de suas sentenças, saí à sua procura a fim de possuí-la em mim.