Mardoqueu mandou pedir a Ester que fosse ter com o rei para lhe pedir graça e suplicar em favor de sua pátria.
Recorda-te, lhe mandou dizer, do tempo de tua humilhação, como eras alimentada por minhas mãos. Amã, o primeiro dignitário após o rei, falou contra nós para nossa ruína.
No terceiro dia, terminando sua prece, Ester despiu suas vestes de dor e revestiu suas vestiduras de cerimônia.
Assim adornada, depois de ter invocado a Deus, árbitro e salvador universal, tomou consigo suas duas servas.
Estava rosada como uma flor de beleza, de rosto alegre e atraente, mas com o coração angustiado pelo temor.
Passou, pois, todas as portas e se apresentou diante do rei. Assuero estava assentado em seu trono, revestido de todos os ornamentos de sua majestade, coberto de ouro e de pedrarias e seu aspecto era imponente.
Logo que o rei levantou a cabeça radiante de esplendor e dirigiu seu olhar cheio de cólera, a rainha, mudando de cor, desfaleceu e se deixou cair sobre os ombros da criada que a acompanhava.
Deus mudou, então, em doçura a cólera do rei. Todo perturbado, levantou-se precipitadamente de seu trono e a tomou nos braços até que ela voltou a si, procurando acalmar seu temor com doces palavras: