Saindo dali, ele foi para a região da Judéia, além do Jordão. As multidões voltaram a segui-lo pelo caminho e de novo ele pôs-se a ensiná-las, como era seu costume.
Chegaram os fariseus e perguntaram-lhe, para o pôr à prova, se era permitido ao homem repudiar sua mulher.
E ele disse-lhes: Quem repudia sua mulher e se casa com outra, comete adultério contra a primeira.
Apresentaram-lhe então crianças para que as tocasse; mas os discípulos repreendiam os que as apresentavam.
Vendo-o, Jesus indignou-se e disse-lhes: Deixai vir a mim os pequequinos e não os impeçais, porque o Reino de Deus é daqueles que se lhes assemelham.
Em verdade vos digo: todo o que não receber o Reino de Deus com a mentalidade de uma criança, nele não entrará.
Tendo ele saído para se pôr a caminho, veio alguém correndo e, dobrando os joelhos diante dele, suplicou-lhe: Bom Mestre, que farei para alcançara vida eterna?
Conheces os mandamentos: não mates; não cometas adultério; não furtes; não digas falso testemunho; não cometas fraudes; honra pai e mãe.
Jesus fixou nele o olhar, amou-o e disse-lhe: Uma só coisa te falta; vai, vende tudo o que tens e dá-o aos pobres e terás um tesouro no céu. Depois, vem e segue-me.
E, olhando Jesus em derredor, disse a seus discípulos: Quão dificilmente entrarão no Reino de Deus os ricos!
Os discípulos ficaram assombrados com suas palavras. Mas Jesus replicou: Filhinhos, quão difícil é entrarem no Reino de Deus os que põem a sua confiança nas riquezas!
Olhando Jesus para eles, disse: Aos homens isto é impossível, mas não a Deus; pois a Deus tudo é possível.
Respondeu-lhe Jesus. Em verdade vos digo: ninguém há que tenha deixado casa ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou filhos, ou terras por causa de mim e por causa do Evangelho
que não receba, já neste século, cem vezes mais casas, irmãos, irmãs, mães, filhos e terras, com perseguições e no século vindouro a vida eterna.
Estavam a caminho de Jerusalém e Jesus ia adiante deles. Estavam perturbados e o seguiam com medo. E tomando novamente a si os Doze, começou a predizer-lhes as coisas que lhe haviam de acontecer:
Eis que subimos a Jerusalém e o Filho do homem será entregue aos príncipes dos sacerdotes e aos escribas; condená-lo-ão à morte e entregá-lo-ão aos gentios.
Escarnecerão dele, cuspirão nele, açoitá-lo-ão, e hão de matá-lo; mas ao terceiro dia ele ressurgirá.
Aproximaram-se de; Jesus Tiago e João, filhos de Zebedeu, e disseram-lhe: Mestre, queremos que nos concedas tudo o que te pedirmos.
Não sabeis o que pedis, retorquiu Jesus. Podeis vós beber o cálice que eu vou beber, ou ser batizados no batismo em que eu vou ser batizado?
Podemos, asseguraram eles. Jesus prosseguiu: Vós bebereis o cálice que eu devo beber e sereis batizados no batismo em que eu devo ser batizado.
Mas, quanto ao assentardes à minha direita ou à minha esquerda, isto não depende de mim: o lugar compete àqueles a quem está destinado.
Jesus chamou-os e deu-lhes esta lição: Sabeis que os que são considerados chefes das nações dominam sobre elas e os seus intendentes exercem poder sobre elas.
Entre vós, porém, não será assim: todo o que quiser tornar-se grande entre vós, seja o vosso servo;
Porque o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em redenção por muitos.
Chegaram a Jericó. Ao sair dali Jesus, seus discípulos e numerosa multidão, estava sentado à beira do caminho, mendigando, Bartimeu, que era cego, filho de Timeu.
Muitos o repreendiam, para que se calasse, mas ele gritava ainda mais alto: Filho de Davi, tem compaixão de mim!
Jesus, tomando a palavra, perguntou-lhe: Que queres que te faça? Rabôni, respondeu-lhe o cego, que eu veja!